CHÔRO NUM PAPEL DE PÃO
Sinto-me presa
num chão de silêncio
tentando florescer a vida
e vendo o desaguar da paz.
Há tempos atrás,
a magia trazia-me
filhos em sua candura.
E hoje, sobra-me apenas,
um eco daquela ternura.
Sigo agora
com finos passos
pisando a aragem fria
feito um instrumento
sem tons, sem sons,
sem sintonias e sem visões.
Deixarei então,
que fuja do peito transparente,
velhas marcas úmidas,
dos choros que tanto chorei.