TEIAS DE LÁGRIMAS

Aprisionaram meus olhos

Em teias de chuva fria

Dum inverno onde os sonhos

São borboletas fugidias...

Soltem-me os laços doridos

Dum jugo que eu não quero!

Libertem meu olhar ferido

Do espinho que o dilacera!

Não me condenem o olhar

À escuridão da tormenta...

Rasguem o manto do altar

De nuvens que o atormentam!

Quero soltar os meus olhos

Em pinceladas de azul,

Colher alfazema em molhos

Que lembrem aves do sul...

Migrar com elas em bandos

Enfeitados da esperança

De encontrar ventos brandos,

Onde mora a minha bonança...