Que dor é esta que me acompanha como sombra teimosa, vai e retorna quando bem entende...
Estraga minha festa, ata meus pulsos e me faz prisioneira de mim mesma?
Não suporto o reflexo do espelho, a cama desfeita, os restos pelo chão, os pedaços que larguei pelo caminho, perdidos.
Estraga minha festa, ata meus pulsos e me faz prisioneira de mim mesma?
Não suporto o reflexo do espelho, a cama desfeita, os restos pelo chão, os pedaços que larguei pelo caminho, perdidos.
Pálida figura escondida atrás da cortina, com medo de abrir a janela e respirar a vida que pulsa lá fora.
A máscara não oculta a verdade.
Sou eu que me observo entre as frestas do muro.
Sou a causa do meu próprio sofrimento.
Mas não o faço por querer.
A máscara não oculta a verdade.
Sou eu que me observo entre as frestas do muro.
Sou a causa do meu próprio sofrimento.
Mas não o faço por querer.
Não conheço a felicidade, não sei rir nem nunca sonhei.
Viciada em paliativas doses de substâncias mágicas, vagas promessas de alívio.
A dor incessante que me traga o peito. Dói.
A dor incessante que me traga o peito. Dói.
Não compreendo nada, o jornal folheado, a televisão ligada, a comida estragada, o corpo jogado no chão.
Há quantos dias não sinto a água limpa refrescar ,
o suor que gruda em minha pele
Antes perfumada.
A roupa precisa ser trocada.
A porta está trancada, ouço passos no porão.
o suor que gruda em minha pele
Antes perfumada.
A roupa precisa ser trocada.
A porta está trancada, ouço passos no porão.
É maior que minha vontade, a lassidão a que me entrego.
Renego família e amigos. Solidão.
Procuro algo a que me agarrar neste oceano de sombras e vagas. Temo meus desatinos e sei que é hora de dormir. Apagar os sensores e engolir a escuridão.
A cama-berço abriga o corpo.
Por quê sou assim?
O que me torna tão vazia e frágil?
Queria um motivo para fortalecer o espírito, uma razão maior que a egoísta existência.
Depressão. Maldita depressão.