Carta de Despedida
Carta de Despedida
Adeus... Sei que não mereço vosso pranto
Pois agora parto pelas maldições que planto
Colhendo o fruto de minhas próprias ilusões;
Não mereço funeral ou música que me lembre,
Não mereço foto em mármore, anjo ou sepultura
Sou como uma solitária e esquecida escultura...
Imóvel, lívida e pálida como o gesso em creme.
Adeus... Aqui assino a despedida de uma página rota
Queimada e que definha ao menor toque imaginário
Onde ilusório deve haver um Pierrot que espera Colombina,
Só que já dentro de um mudo tumulo mortuário
Onde não pode mais falar ao léu os sonhos que alucina.
(Rafaela Duccini – 9/2/2008)