Jurema
Jurema, que o mundo jamais adotou,
não ganha esse amor com que tanto sonhou...
Mendiga, no asfalto, pedaços de pão
que matem a fome do sujo irmão.
Carinhos maternos, jamais teve os seus,
a pobre menina, esquecida de Deus...
Seus olhos não brilham é sempre arredia,
fugindo medrosa, se alguém a assedia.
Do irmão, doentinho, ela é o único amparo.
Ele é seu tesouro valioso e mais caro.
Sem eira nem beira, no mundo largada,
Jurema...que sofre, que é tão mal amada...
Seu anjo da guarda, também a esqueceu...
O mundo insensível, tão pouco lhe deu...
Miséria na vida...Tristeza sem fim...
Que mal fez Jurema? Por que sofre assim?...