Jurema

Jurema, que o mundo jamais adotou,

não ganha esse amor com que tanto sonhou...

Mendiga, no asfalto, pedaços de pão

que matem a fome do sujo irmão.

Carinhos maternos, jamais teve os seus,

a pobre menina, esquecida de Deus...

Seus olhos não brilham é sempre arredia,

fugindo medrosa, se alguém a assedia.

Do irmão, doentinho, ela é o único amparo.

Ele é seu tesouro valioso e mais caro.

Sem eira nem beira, no mundo largada,

Jurema...que sofre, que é tão mal amada...

Seu anjo da guarda, também a esqueceu...

O mundo insensível, tão pouco lhe deu...

Miséria na vida...Tristeza sem fim...

Que mal fez Jurema? Por que sofre assim?...

Dalia Negra
Enviado por Dalia Negra em 07/02/2008
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