QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Já é Cinzas
E de cinzas se cobre meu coração.
Meu bumbo, cansado,
Bate num acorde lento,
Fazendo a marcação
Do cortejo fúnebre das gotas de sangue
Que escorrem por minhas veias.
Confetes e serpentinas
Foram esquecidos pelo chão,
Amontoados em poças
Da água da chuva que não pára de cair.
Lágrimas que do céu desprendem
Ao ver a tristeza de minha alma.
Anjos que choram
Compadecidos de minha dor.
Já é Cinzas
E o meu mestre-sala não vem...