UM ADEUS SEM VOLTA

Um adeus sem volta

É uma injecção letal

Afastamento é veneno da alma

Paralisante dos sentidos

A duvida do que não chegou a ser

É um tambor de revolta

Rufando dias e noites a fio

Num toque de aço frio no coração

Nunca ter razão de partir

É motivo de nunca chegar

E pairar num lamaçal de enganos

O sem porquê é o porquê do nada

E a frustração ganha corpo sem nome

Na alcunha de podia ter sido

O abandono sem fechar a porta

É regredir no tempo e não voltar

A viver o nunca antes vivido

Saudade é uma esperança fugidia

Um amargo de boca

É matar a sede com o pó

Sentir saudade é esperar e esperar

No conforto dos espinhos sem luz

Na escuridão clara e oca

Num vão em vão de dor