Desafortunado
Não tente consertar!
Remendar tal passado, não perca seu tempo.
Feridas abertas, permanecerão abertas,
pela eternidade e além.
Tente apenas ao menos compreender,
sentir a brisa congelante do desespero
Será apenas o começo,
o começo da dor pungente.
Que ameaçadoramente me sufoca junto a parede,
será que devo resistir ou me entregar?
Não quero vê-lo mais, desista!
Não tente consertar, nem tudo é como queremos.
Ou como sonhamos, imaginamos ou desejamos,
vivemos apenas, respiramos apenas,
levianamente sorrimos para o futuro que nos aguarda,
para que tudo isso?
Para que tentar remendar, juntar as partes,
se mesmo assim nada fará sentido?
Apenas continuaremos seguindo e seguindo,
Traçando caminhos incertos como convém.
Tentar e falhar? Estupidez...
Renda-se ao infortúnio de que nada mais pode fazer,
nada salvará tal perdição, condenação,
tudo está fadado a um fim anunciado.
Nada resta para se ver,
nada pra rir-se, pisar ou humilhar,
resta apenas partes desesperançosas,
de algo que nunca foi e jamais será.
Deixo nesta poesia, tal marca...
Deixo a ti, mesmo que não mereças, a coisa mais preciosa
arte das palavras expressas em tal momento.
Momento de partida.
Pois no Fim, deu-se o Fim,
e como nada pode restar,
Não restou, morreu ou se perdeu,
deixando para sempre mais um desafortunado coração.