Desabafar Poético VIII (Temer)
Desabafar Poético VIII (Temer)
Tenho medo de caminhar nesta escuridão...
Procurar com o rosto molhado consolo
E tentar através do tempo tocar tua mão
Aprendi como um burro de carga carregar
Os pesos de uma vida inteira...
Caminhando a espera da liberdade e descançar
Fazendo assim o fim de minha carreira
Mas eu temo tanto... Temo até o itemivel
Temo não conseguir tocar intangível,Teu amor...
E continuar a sentir frio nas noites chuvosas
E ver o pranto gentil surgir nas tardes calorosas
Em que me sinto tão solitária.
E já não sei se é mais um quê de demência
que se perde as beiras de minha decência
Meus tortuados e ibecis sentimentos...
Que já nem sei se faço questão de meus ferimentos...
Aprendendo a ser livre pela selvageria
E fazendo meu sangue ferver mais quente
Dizendo coisas que antes nem me atreveria
Uivando à lua pela solidão que tenho em mente...
E cada riso, e cada pranto,
E cada coisa perdida no canto
Mais escondido e fragil de meu coração;
E cada medo, e cada mancha,
e cada coisa que em mim se desmancha
Por causa de febril ilusão...
E eu temo tanto, temo até temer...
O que pode me acontecer
Se eu continuar a perseguir essa ilusão que vê.