Inominável

Escravo violentado pela amargura

assombrado pelo vulto sedutor

de uma possível nova vida, crua,

lamentando-se a todo momento, tão desesperador.

Escravo maldito da incoerência

de um mundo estúpido, indesejável

transbordado de ignorância, demência

resvalado no conformismo indelineável.

Escravo de outros desejos, arrebatado

somente a morte almejar

Para um fim ser levado, seqüestrado

tentando de tal escravidão se libertar

Escravo do mundo e de outra vontade

de outras forças indecifráveis

sem nunca alcançar a tal da felicidade

condenado e incurável

Escravo, mais um qualquer

com o esquecimento congratulado

sem nenhum prazer sequer

morto, pelo destino certeito, degolado!