Partida
Refreio as trocas vindouras por medo do estilhaço.
Abro mão, abro as mãos e deixo ir aquilo que eu realmente queria que ficasse.
Desprendo-me daquilo que eu queria me prender.
Feito areia que pelos dedos se esvai, sinto o lento desmanchar do nó, e disso não posso escapar.
A porta está entreaberta, mas entreaberto ainda é um pouco fechado. Não quero invadir terrenos, quero ocupar espaços que a mim foram destinados.
Já não quero mais desbravar os grandes mistérios, pois compreendi que o verdadeiro sentimento não é turvo.
Não sei como modificar o que sinto, mas uma hora vou descobrir.
Por fim, preciso me acostumar com o fato de que minha vida é marcada por breves pertencimentos e inúmeras despedidas...