O fardo

Há uma hora que os lamentos cessam,

As dores,

Apesar de constantes,

Não mais afligem,

A consciência se entrega,

O que é certo ou errado?

E quase nada o atinge.

Uma dormência se instala,

Enquanto o pranto reprime,

No chão,

Nada o abala,

Pisem,

Pois já não há sentimentos,

Até o ego supremo,

A falta,

A ele suprime.

Presente,

Porém ausente,

Tudo é uma grande vertigem,

Tomado pelo inconsciente,

No desespero se perde,

E outro texto redige.

As preces não são ouvidas,

Derrota,

Já admite,

Lutou com todas as forças,

Caiu,

Perante ao teu inimigo,

Que no espelho reside.

Hoje suplica ajuda,

Grita,

E não é ouvido,

Mendiga alguns trocados,

E sobrevive de restos,

Farrapos,

Em lixo foram deixados,

Não sente o peso do fardo,

O leva a todo lado,

Seu verídico?

Culpado!

Nem quer se inocentado,

Mas sim voltar à origem.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 05/03/2025
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