O fardo
Há uma hora que os lamentos cessam,
As dores,
Apesar de constantes,
Não mais afligem,
A consciência se entrega,
O que é certo ou errado?
E quase nada o atinge.
Uma dormência se instala,
Enquanto o pranto reprime,
No chão,
Nada o abala,
Pisem,
Pois já não há sentimentos,
Até o ego supremo,
A falta,
A ele suprime.
Presente,
Porém ausente,
Tudo é uma grande vertigem,
Tomado pelo inconsciente,
No desespero se perde,
E outro texto redige.
As preces não são ouvidas,
Derrota,
Já admite,
Lutou com todas as forças,
Caiu,
Perante ao teu inimigo,
Que no espelho reside.
Hoje suplica ajuda,
Grita,
E não é ouvido,
Mendiga alguns trocados,
E sobrevive de restos,
Farrapos,
Em lixo foram deixados,
Não sente o peso do fardo,
O leva a todo lado,
Seu verídico?
Culpado!
Nem quer se inocentado,
Mas sim voltar à origem.