CANSAÇO MORTAL

Há um cansaço que não se dá no corpo, uma fadiga que minh'alma castiga

Como se a sede ignorasse a alma, como se clamasse por gotas de lágrima

Um tormento que interfere em meus passos, não me induz a ficar, nem me ordena que siga

Uma horrenda sensação, que expulsa toda alegria e me deixa a face pálida!

Esse cansaço esgota meus sonhos e furta toda minha esperança

Me desorienta e me faz achar que o tempo parou no dia mais adverso

Fez-me ve, no espelho molhado de meu olhar, meus infelizes traumas de criança

Me obriga a usar o sangue de meu desespero, pra registrar cada linha de meus versos!

Esse cansaço me ensina a entender, que o mal tem sua própria lógica

Nele o colher não se relaciona com o semear, o bem não paga o amar

Nele o perdão sempre volta ao lixo de sua desilusão, que se tornou histórica

E perece asfixiado o meu amor, sem carinho, respeito e sem ar!

Meu cansaço é a própria dimensão do tamanho em que me vejo

É gigantesco ante os últimos suspiros do valor que nunca tive

É pequeno para me fazer merecedor de amor ou algum zelo;

É cansaço que me faz chorar, me faz ver que morre minha vida e minha morte vive!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 21/01/2008
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T826787
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