CANSAÇO MORTAL
Há um cansaço que não se dá no corpo, uma fadiga que minh'alma castiga
Como se a sede ignorasse a alma, como se clamasse por gotas de lágrima
Um tormento que interfere em meus passos, não me induz a ficar, nem me ordena que siga
Uma horrenda sensação, que expulsa toda alegria e me deixa a face pálida!
Esse cansaço esgota meus sonhos e furta toda minha esperança
Me desorienta e me faz achar que o tempo parou no dia mais adverso
Fez-me ve, no espelho molhado de meu olhar, meus infelizes traumas de criança
Me obriga a usar o sangue de meu desespero, pra registrar cada linha de meus versos!
Esse cansaço me ensina a entender, que o mal tem sua própria lógica
Nele o colher não se relaciona com o semear, o bem não paga o amar
Nele o perdão sempre volta ao lixo de sua desilusão, que se tornou histórica
E perece asfixiado o meu amor, sem carinho, respeito e sem ar!
Meu cansaço é a própria dimensão do tamanho em que me vejo
É gigantesco ante os últimos suspiros do valor que nunca tive
É pequeno para me fazer merecedor de amor ou algum zelo;
É cansaço que me faz chorar, me faz ver que morre minha vida e minha morte vive!