Mais vale uma centena de erros enterrados

Consumo desenfreado de nossas lambanças;

Onde estão as faces repuxadas em esperança?

Estão assim:

Adornando as catedrais vazias dos ciclos infindáveis

Que findaram, enfim.

Quem diria?

Uma sátira tão grotesca, mal feita, insuportável

Com traço notável de desgaste insuperável

Abrindo sulcos tão profundos em estátuas tão antigas -

Pensadas impenetráveis,

Provadas como falíveis

E execráveis -

Abandonadas pelo demérito de representar

Episódios descartáveis de lucidez

Que representariam sensatez,

Se não tivessem falhado ao primeiro contato

E em todos os outros, também.

Terra de ninguém.

Dádiva nenhuma.

Um abjeto que vale a alcunha

E todo o resto comprimido entre uma estrofe e outra.

Gotas de sangue nas roupas,

Pudor nenhum.

Mais vale uma centena de erros enterrados

Do que findar-se por apenas um.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 18/11/2024
Código do texto: T8199456
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