Há quem deixe de estar

Tratados de cortesia entre dois polos distantes

Seja por quilômetros,

Ou abstenção.

Que resguardam um significado único

Pertencentes à aquele momento

E nada mais.

Correntes que desfazem as trilhas perfeitamente elaboradas,

Arrastando o desmanche dos passos cadenciados

Rumo ao absoluto ostracismo

Que ofusca nossa visão.

Momentos vindouros que findam os ultrapassados,

Apagando da nossa memória

O que vinha intricado

No coração.

Rasuras que não passam disso -

O desgaste do atrito entre a tinta da caneta

E a parte externa da mão.

Fragmentos malquistos que não arriscam cruzar fronteiras

De lugares que não mais pertencem;

Que não possuem mais conexão.

As linhas imaginárias que tão sutilmente se desenham pelo firmamento,

E sobem o véu que separa o núcleo, da explosão;

Protegem os terceiros desavisados

Que trafegavam seguindo as passadas

Marcadas no chão.

Mas a trilha se esvai de qualquer maneira,

Coberta por uma fina camada de poeira

Resultante do constante atrito das correntes

Contra a vastidão do existir.

Há quem deixe de estar,

Há quem prefere seguir.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 18/11/2024
Código do texto: T8199416
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