Na Beira do Leito

O pai ali sentado, de olhos guardados num fio de esperança, segurava a mão do pequeno como quem segura um mundo prestes a despencar.

As paredes brancas, tão frias,

pareciam absorver o silêncio,

mas ele, entre suspiros,

pintava estrelas no teto com o olhar.

O filho dormia como quem luta

num sonho cheio de batalhas,

e o pai, em preces miúdas,

pedia ao tempo que parasse, só um pouco.

A vida, tão frágil e teimosa,

respirava junto às máquinas,

mas, no peito do pai,

brotava um infinito de amor,

capaz de reescrever destinos.

Porque, no fundo, ele sabia:

há dores que viram poesia,

e há noites que, apesar de tudo,

sempre anunciam um amanhã.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 16/11/2024
Código do texto: T8198324
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