Desordem!!
Deitada na rede,
a varanda é meu refúgio,
onde o quintal cresce desordenado,
um espelho do caos em mim.
A grama alta se rebela,
bagunça verde que toma espaço,
e no meio de tudo, uma roseira solitária
oferece sua única flor, tímida e só.
O vento balança as folhas
da velha mangueira e do coqueiro,
o último sobrevivente,
em uma resistência silenciosa.
Os pássaros ainda cantam,
mas é como se a música deles não me alcançasse.
O sol toca minha pele com sua calma morna,
enquanto o sino do vento soa
como um lamento leve e distante.
É o coração que bate
como a janela que se abre e fecha,
um som solitário, cadenciado,
tentando encontrar seu ritmo.
E no meio do silêncio,
ouço o vazio que mora aqui dentro,
como o quintal esquecido,
que, mesmo em desordem,
insiste em crescer em desordem.
03/11/2024