#CXXXVII - Nigrum amorem
Quando o véu do cotidiano se desfez,
num recinto de silêncio e aprendizado,
O vermelho no pano usado,
Por esse lindo sorriso era ofuscado.
Longe das capitais, numa velha vila eu a vi,
"Que realeza, era uma princesa..." um suspiro profundo,
Caso necessário fosse, na falta de palavras para descrever uma deusa da beleza,
Que usassem sua foto da prateleira.
Eu havia nos alertado, "Amor preto é discurso"
Passado cinco minutos sentindo seu cheiro,
Lá estava eu sonhando com vivências do sentimento preto,
Parece piada, o tom tava certo, preto, mas de luto.
"Começamos iguais a dois estranhos e vamos terminar assim também"
Os velhos deuses morreram, são só historias;
Assim como os votos, as promessas e as vontades.
Eu me iludi, não existem deusas, muito menos rainhas.
Só Ramessés a teve, sortudo essa garota.
O pior é eu ter crido, a expectativa era alimentada por suas migalhas entre suas ocupações,
Entre isso e palmitos, não sei distinguir o que era mais amargo.
Eu me expus demais, esperei muito, tolinho, deusas são só mitos.
Eu esperava que você, ao menos no meu aniversário, estivesse desocupada,
A paixãozinha, assim como o álcool, distorce nossa visão.
Se o simples não é importante, imagina o complexo?
Não existem deusas, rainhas ou princesas é só ilusão.
Vou colocar as poucas memórias,
"Na malinha de mão do meu coração"
Tomarei uma cerveja em sua homenagem,
Enquanto termino de arrumar a bagagem.
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See you, Lô.
Quanto mais o tempo passa, mais desacredito nos discursos, falas e narrativas. Empatia, cuidado, afrocentrismo, esquerda, lealdade, honra, palavra, etc.
Que meus olhos se encantem com a carne ao invés de brilharem com a alma.
Três músicas:
Caju - Liniker
Princesa Nativa- Tribo de Jah
Bacu exu do Blues- O amor virou um prêmio