Morte

A morte ronda,

Cerca,

Humilha,

Zomba,

Não é direta,

Deixa sinais.

Ela é esperta,

Quieta,

Assopra,

Toca,

Afronta,

Nos manipula como brinquedos,

Pobre de nós,

Meros mortais.

Nunca avisa,

Chega,

Calma,

Sonsa,

E quando menos espera,

Leva,

Sem discutir,

Pois sempre da vida,

Queremos mais.

Mal súbito,

Um impacto,

Moléstias,

Feridas abertas,

De acidentes,

Outros queimados.

Um câncer,

Acomete,

Definha,

E de pouco em pouco,

O corpo,

Vai ficando desgastado.

Me aparece,

Linda,

Sombria,

De cetim?

Como diz Raul?

Ou toda de preto?

Carregando a foice,

Como é nos contado?

Será que há céu?

E estrelas?

A alma descansa?

Ou ao corpo,

Nos mantemos grudados?

Há esperanças?

Perante a um Deus,

Somos todos crianças?

O que será,

Que há para nós reservado?

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 22/10/2024
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