Fragmentos do Nada

Fragmentos do Nada

paulo cesar coelho

 

A podridão que habita a minha essência

É corrompida pela carne vil,

Onde o ácido da vida, em dor silente

Dilacera a alma num torpor senil.

 Nos ossos corroídos há demência,

A consciência morta em grito hostil,

O ventre expulsa a fome sem clemência,

E a eternidade é apenas um perfil.

 O verme, em sua dança compassada,

Celebra a festa escura da existência,

Oca matéria que ao pó retorna, fria.

 No abismo do ser, resta o nada!

Que à mente ingrata dá sua sentença:

Morre! Alma, em tua própria agonia.

 

 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 21/10/2024
Código do texto: T8178625
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