Fragmentos do Nada
Fragmentos do Nada
paulo cesar coelho
A podridão que habita a minha essência
É corrompida pela carne vil,
Onde o ácido da vida, em dor silente
Dilacera a alma num torpor senil.
Nos ossos corroídos há demência,
A consciência morta em grito hostil,
O ventre expulsa a fome sem clemência,
E a eternidade é apenas um perfil.
O verme, em sua dança compassada,
Celebra a festa escura da existência,
Oca matéria que ao pó retorna, fria.
No abismo do ser, resta o nada!
Que à mente ingrata dá sua sentença:
Morre! Alma, em tua própria agonia.