Cicuta
Um brinde de cicuta
Às péssimas escolhas,
Aos olhos vendados,
À preguiça de pensar,
De ler criticamente,
De ir além de letras,
De superar parágrafos,
De não aceitar pontos,
Indagar e problematizar,
Mas os tolos, ah, os tolos,
Cada vez mais é deles o mundo,
Vazios de sentidos, sem conteúdo,
esvaziam o restante, desertificação,
Secam os oceanos por serem poças,
Rasos e superficiais, mas soberbos,
Impedem os voos por não terem asas,
Invejosos na ausência de habilidades,
São tão ignaros que nem sentem,
Dançam em torno do caos,
Brincam com a destruição,
Se acham divindades especiais,
Reinando no Olimpo dos infernos,
Pobres tempos para os pensantes,
Tempos medíocres e sufocantes,
Tempos de involução e danos,
Tempos de melancolias profundas,
Estamos ilhados, isolados, perdidos,
Entre tantos iludidos com palavras,
Charfundando em aparências,
Regurgitando o fel dos parasitas,
E a toda a terra fértil envenenando,
Assim foi em 2018, assim é em 2024,
Um brinde aos idiotas, o poder é deles,
O restante que arque com as consequências...