VAIDADE
Vá! E veja! Aquilo que ocultaram
Tão errado e verdadeiro, mas não teve o direito
De ser, de sentir pois o enjaularam
Não poder confiar, eis o efeito
Lá há o que não pode ser apreciado
Pois a escuridão o impede de ser revelado
Oh Meu Caro! Aprenda a ocultar
Entenda que o importante é parecer
Pois é na superfície que se perde o olhar
E o aparentar eternamente vencerá o ser
Mentir e enganar não é errado
São apenas pré-requisitos para o Senado
Você não erra, não perde e não peca.
Você é belo e esbanja solidariedade.
Assim pensam as pessoas de lá e cá
Almas miseráveis que temem a verdade
A beleza presente nesses olhos tão singular
Oculta a perversidade amargar desse olhar
Termo fino, couro legítimo
Prata e ouro puro
Moral? Algo tão ínfimo
Se praticar, nem escutará o choro
Não encontrará a saciedade
Capaz de conter essa vaidade
Debaixo do teto, encima do tapete de veludo
Tudo é vaidade, isso sim!
Do pedestal de onde te saúdo
Só se admira aquilo que é de marfim
E quando o manto de falsidade se corrói
Fica notório o quanto, não ser o que é dói
Vaidade! Você é tudo o que justifica
Vaidade! Amo essa sensação
Vaidade! O seu ódio objetifica
Vaidade! Negue a minha razão
Vaidade! Eu tento mas não encontro a felicidade
Vaidade! De que me vale tanta falsidade?