Sempre haverá de ser

Aqui de novo, no mesmo lugar

As mesmas pessoas para cumprimentar,

Mesma cadeira, mesmo bar.

O primeiro gole para divagar,

As mesmas palavras, o mesmo pensar

O repetir já está a desgastar

Opções mais viáveis.

Completando as frases de quem vem me falar,

Corrigindo histórias que começam a contar,

E se esquecem do final

Mesmo que seja igual

Ao que sempre foi.

O mesmo preço,

O mesmo trajeto,

A mesma casa,

Os mesmos objetos

De discussões intermináveis,

Cujo começo difere,

O meio se adequa,

E o fim se repete

Como sempre repetiu

E sempre repetirá.

Passadas largas sem sair do lugar,

Palavras grandes demais, em extensão e significado;

Diz o que não se deve, ouve o que não gosta

Dão as costas, andam cinco passos;

Ganha que virar-se

E atirar

Primeiro.

Pena que são dois os derrotados

Que agora deitam ao chão

Em meio aos tecidos alvejados,

Pensamentos precipitados,

E duas cápsulas vazias, uma de cada lado,

Como sempre foi,

E sempre haverá de ser.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 07/10/2024
Código do texto: T8167983
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