Morta por Dentro

Revere milhões de preces

e me conduza à sua santidade,

mas não há nada lá.

A luz só brilha daqueles que compartilham.

Libere um exército,

me confine, depois me apague, amor.

Você não tem alma?

É como se ela tivesse morrido há tempos.

Seus lábios são quentes ao toque,

você pode me trazer de volta à vida.

Por fora, você arde e parece viva,

mas por dentro está morta.

Você toca o céu com liberdade

enquanto eu sou esmagado, despedaçado,

porque você precisa de controle.

Agora sou eu quem está soltando as rédeas.

Você cede um pouco,

enquanto eu entrego tudo.

Agora, não me resta mais nada,

você não se importa, e eu estou vazio.

Sua pele é quente ao toque,

vejo o brilho nos seus olhos.

Por fora, você incendeia e vive,

mas por dentro está morta.

Sinta-me agora.

Me abrace, por favor.

Eu preciso que veja quem eu sou.

Se abra para mim,

pare de se esconder.

Está doendo, amor,

só você pode parar a dor.

Não me deixe no frio,

não me deixe morrer.

Eu te dei tudo.

Não há mais o que dar.

Agora me tornei igual a você.

Meus lábios estão quentes ao toque,

minhas palavras parecem cheias de vida,

minha pele, quente ao acariciar.

Vou controlar e hipnotizar.

Você me ensinou a mentir sem deixar pistas,

a ferir sem remorso.

Por fora,

eu sou o mais foda de todos os caras,

mas por dentro, estou morto.

Campos Matheus
Enviado por Campos Matheus em 06/10/2024
Reeditado em 06/10/2024
Código do texto: T8167720
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