Devaneios

Nesta era, o amor é defunto,

Bem como a angélica inocência.

As paixões perderam-se em sonhos imundos,

Em perversões pútridas e demência.

O carinho morreu em nossos corações,

A lascívia e a ânsia da carne o macularam.

O beijo não arde mais em paixão,

O desejo puro do pecado o assassinou.

Desta era infame e sádica,

Nem mesmo a criança se salvou,

Perdendo sua inocência em velocidade mágica,

No pecado da carne e na insânia atirou-se.

Como todos os poetas estão mortos,

Restou somente este esqueleto a escrever

Rimas infames e versos tortos,

Vendo todo sentimento evanescer.

(em algum momento de 2006)

Murilo Paes Corrêa
Enviado por Murilo Paes Corrêa em 06/10/2024
Código do texto: T8167648
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