Devaneios
Nesta era, o amor é defunto,
Bem como a angélica inocência.
As paixões perderam-se em sonhos imundos,
Em perversões pútridas e demência.
O carinho morreu em nossos corações,
A lascívia e a ânsia da carne o macularam.
O beijo não arde mais em paixão,
O desejo puro do pecado o assassinou.
Desta era infame e sádica,
Nem mesmo a criança se salvou,
Perdendo sua inocência em velocidade mágica,
No pecado da carne e na insânia atirou-se.
Como todos os poetas estão mortos,
Restou somente este esqueleto a escrever
Rimas infames e versos tortos,
Vendo todo sentimento evanescer.
(em algum momento de 2006)