Suicida
Tu, que acendes velas
Sobre o escuro túmulo,
Tu, que choras entre as trevas
Do nefasto e negro crepúsculo.
O lúgubre cheiro do cemitério
Invade tuas frágeis narinas,
E a morte, entre todos os mistérios,
Te aprisiona, te seduz, te fascina.
Como a sombra da alva lua,
Em meio às neblinas da noite,
Nua e solitária no céu flutua,
Vigiando a morte e a sua foice.
Tu, que te precipitas pelo penhasco,
Manchado pelas cores do inverno,
Pensando livrar-te deste mundo nefasto,
Mergulharás nos caldeirões do inferno.
(10/03/2005)