Suicida

Tu, que acendes velas

Sobre o escuro túmulo,

Tu, que choras entre as trevas

Do nefasto e negro crepúsculo.

O lúgubre cheiro do cemitério

Invade tuas frágeis narinas,

E a morte, entre todos os mistérios,

Te aprisiona, te seduz, te fascina.

Como a sombra da alva lua,

Em meio às neblinas da noite,

Nua e solitária no céu flutua,

Vigiando a morte e a sua foice.

Tu, que te precipitas pelo penhasco,

Manchado pelas cores do inverno,

Pensando livrar-te deste mundo nefasto,

Mergulharás nos caldeirões do inferno.

(10/03/2005)

Murilo Paes Corrêa
Enviado por Murilo Paes Corrêa em 05/10/2024
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