Cemitério

Ah, que cemitério...

A vida parecia tão florida...

Onde está o jardim da minha infância?

As pessoas queridas e amigas;

Os sabores das taças e o perfume das flores,

Onde estão?

O dia passou de um amarelo claro a um tempo feio de véspera de tempestade;

As dores íntimas como um doente sem esperança de melhora...

O chacal feroz das trocas sociais e das palavras de escarro;

O vagar triste pelas ruas da nossa maravilhosa cidade...

Quando olho ao espelho, vejo que envelheci.

Já tinham-me dito isso, que um dia a idade chega,

Mas pouco soube como ficar em paz com tudo isso,

Sem vociferar e, principalmente, sem chorar.

Lembro do tempo em que tinha tuas mãos e juntos andávamos por aí,

Do teu doce beijo e do teu consolo em palavras doces.

Mas ah, deixa que a vida siga, pelas manhãs, tardes e noites

Sem isso e sem aquilo, sem você aqui a me animar,

E no abandono completo, sem lágrimas que agora não choro,

Deitando minhas dores em versos.

Pasquali
Enviado por Pasquali em 05/10/2024
Código do texto: T8166786
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