Ondas quebram nas praias do Atlântico
Vão e vem nos antigos corais
Tenho saudades de pisar a areia branca
Sentindo a brisa nos cabelos
Deixando o tempo passar despreocupadamente.
Hoje a vida tomou ares de sóis incandescentes
Já não sinto mais a aragem fria
Já não deixo a vida correr vadia
Só esta lassidão
Este murmurinho solitário
Trazendo a melancolia para os versos
Murchando as pétalas das rosas...
Talvez viver seja apenas isso
Uma contradição de sentidos
Um embotamento da emoção
Um prevalecer da razão crua
Mordaz
Doída
Afanando os sonhos
Trazendo na boca o esquecimento do beijo
E na alma a solidão contundente dos que se percebem sós
Imensamente sós
Enquanto as ondas quebram no oceano
numa tarde qualquer, morta de ilusão.