Dança dos Órgãos

Peito arde sem função,

Parado e triste; solidão!

Vazio ilustre; imensidão!

Paralisia inútil; Coração!

Se recuperava aos poucos...

Em crises de emoção,

Bombeando soro ao invés de sangue,

Enorme Coração radiante...

— Mas não esqueça do senhor Pulmão.

Perdido em neblina e escuridão,

Ao invés de ar, oxigenava poluição,

Asfixiava lentamente na destruição,

Escombro e resto eram o que sobrava, para o triste Intestino que reclamava:

— Me sobra tão pouco; quase nada! Quem dizia que me alimentava?

— Só não estou pior que a Bexiga, sem ver água há 5 dias.

Um som de sapateado admirava a multidão,

Eram os Músculos dançando no salão,

Atrofiando lentamente, se esmagavam...

Tremiam como os Dentes!

— Nem contarei do pobre Cérebro...

Em êxtase!

Contente com as memórias que ainda lhe restavam...

Que triste fim para o Apêndice,

Que deixará a família, sem nenhuma enfermidade aparente.

Seria um fim terrivelmente infeliz, se o senhor Ouvido não estivesse ali!

Para registrar o doce som por um momento,

Que mesmo baixo, aqueceu um corpo enfermo...

Com isso, pôde partir, deixando todos os órgãos mal cuidados para a terra; nutrir...

euoguedes
Enviado por euoguedes em 26/09/2024
Reeditado em 17/10/2024
Código do texto: T8160184
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