Dança dos Órgãos
Peito arde sem função,
Parado e triste; solidão!
Vazio ilustre; imensidão!
Paralisia inútil; Coração!
Se recuperava aos poucos...
Em crises de emoção,
Bombeando soro ao invés de sangue,
Enorme Coração radiante...
— Mas não esqueça do senhor Pulmão.
Perdido em neblina e escuridão,
Ao invés de ar, oxigenava poluição,
Asfixiava lentamente na destruição,
Escombro e resto eram o que sobrava, para o triste Intestino que reclamava:
— Me sobra tão pouco; quase nada! Quem dizia que me alimentava?
— Só não estou pior que a Bexiga, sem ver água há 5 dias.
Um som de sapateado admirava a multidão,
Eram os Músculos dançando no salão,
Atrofiando lentamente, se esmagavam...
Tremiam como os Dentes!
— Nem contarei do pobre Cérebro...
Em êxtase!
Contente com as memórias que ainda lhe restavam...
Que triste fim para o Apêndice,
Que deixará a família, sem nenhuma enfermidade aparente.
Seria um fim terrivelmente infeliz, se o senhor Ouvido não estivesse ali!
Para registrar o doce som por um momento,
Que mesmo baixo, aqueceu um corpo enfermo...
Com isso, pôde partir, deixando todos os órgãos mal cuidados para a terra; nutrir...