O QUE RESTOU
O que era iluminado,
Pelo portento,
Com o tempo, ficou cinzento.
Restou o cansaço,
Um absoluto estado,
De solidão.
Restou o traço,
De um roto soneto,
Um estranho aperto,
No coração,
Um não saber, o que fazer,
Com os retalhos de vida,
Com a vida ainda pra viver,
Com a balada perdida,
Trazida pelo vento.
Que melancólico hino!
Ouvi-lo é meu destino,
Parece acorde de um fado,
Cantado na margem do cais,
Ah! Como dói, dói demais.
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O TEMPO PASSA
O tempo passa,
tudo perde a graça,
a alegria que eu tinha,
e que sabia era minha,
foi-se embora porta afora,
sequer deixou um abraço...
E agora o que faço,
o que faço meu irmão?
Aperto no coração...
Não vou chorar, não vou, não.