Flagelos Introspectivos

Vejo os dias passarem,

Assim como as luzes que aos poucos se apagam,

Sem reflexos para o futuro,

Talvez não haja presente e tampouco o futuro,

Lágrimas já não contemplam desejos de existência,

Aos poucos me desfaço de minha própria essência,

Juízos que jamais contemplaram a minha essência e tampouco a minha essência,

Aos poucos desperdiço meus anseios e desejos,

Despedindo de vazios que outrora fostes espaços de minha tortuosa alma,

Pensamentos angustiantes e torturantes,

Talvez não haja uma válvula de escape,

Ou tampouco espaço para novos recomeços,

Esvaziando o meu existir e aliviando os desejos que outrora me mantinham vivo,

Sonhos que outrora disfarçavam eternos vazios existenciais,

Desejos e anseios que jamais contemplaram desilusões ou tampouco inglória clemência,

Tomo em minhas mãos a culpa de angustiantes desfechos,

Desfaço de minha matéria me jogando ao abismo,

Se ao menos a vida fosse boa ou repleta de possibilidades,

Ao menos os vazios existenciais jamais emergiriam em minhas vestes espirituais,

Desilusões e caminhos de redundantes decepções,

Sufocando o ar que outrora alimentara o fôlego de minha essência,

Passos enlouquecidos que jogaram ao vazio de minhas angustiantes intempéries espirituais,

Me jogando ao vazio de preces vãs e vazios,

Solitário se tornam corpos e espíritos que emergiram da tortura e da angústia,

Almas amortecidas e embrutecidas,

Desfazendo me do ópio de minha existência,

O desvanecer de meu corpo se faz como a minha profunda e insana essência,

Ao silêncio de meus passos e projeções,

Me desfaço de profundas e inestimáveis desilusões.

RAFAEL BIANCHETTI
Enviado por RAFAEL BIANCHETTI em 15/09/2024
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