Flagelos Introspectivos
Vejo os dias passarem,
Assim como as luzes que aos poucos se apagam,
Sem reflexos para o futuro,
Talvez não haja presente e tampouco o futuro,
Lágrimas já não contemplam desejos de existência,
Aos poucos me desfaço de minha própria essência,
Juízos que jamais contemplaram a minha essência e tampouco a minha essência,
Aos poucos desperdiço meus anseios e desejos,
Despedindo de vazios que outrora fostes espaços de minha tortuosa alma,
Pensamentos angustiantes e torturantes,
Talvez não haja uma válvula de escape,
Ou tampouco espaço para novos recomeços,
Esvaziando o meu existir e aliviando os desejos que outrora me mantinham vivo,
Sonhos que outrora disfarçavam eternos vazios existenciais,
Desejos e anseios que jamais contemplaram desilusões ou tampouco inglória clemência,
Tomo em minhas mãos a culpa de angustiantes desfechos,
Desfaço de minha matéria me jogando ao abismo,
Se ao menos a vida fosse boa ou repleta de possibilidades,
Ao menos os vazios existenciais jamais emergiriam em minhas vestes espirituais,
Desilusões e caminhos de redundantes decepções,
Sufocando o ar que outrora alimentara o fôlego de minha essência,
Passos enlouquecidos que jogaram ao vazio de minhas angustiantes intempéries espirituais,
Me jogando ao vazio de preces vãs e vazios,
Solitário se tornam corpos e espíritos que emergiram da tortura e da angústia,
Almas amortecidas e embrutecidas,
Desfazendo me do ópio de minha existência,
O desvanecer de meu corpo se faz como a minha profunda e insana essência,
Ao silêncio de meus passos e projeções,
Me desfaço de profundas e inestimáveis desilusões.