Que sei eu destas guerras e batalhas?

Que sei eu destas guerras e batalhas?

Não estive em Saratoga à tempo de ver

as vidas desabando e o mundo tingindo-se de cinza.

Não eram minhas aquelas armas, nem a decisão de usá-las.

Nem hoje aspiro o enxofre dessas mortes e crimes pela terra.

Que há com o mundo que gira o pêndulo sempre na mesma direção?

Preferia acordar numa página em branco,

sem as marcas destas conquistas que tanto matam e ferem

em crimes de ganância, crueldade e vergonha do mundo fazer parte...

E os tanques e canhões continuam avançando aviões sobre outras Hiroshima e Nagasaki* bombardeando

enquanto choram as mães a morte e a dor de seus filhos,

choram os órfãos, as viúvas, os pais

que jamais verão sua criança crescer,

que nunca ouvirão as palmas de uma ciranda no quintal

e nem os votos de um estudante em seu dia de formatura.

Que sei destas guerras e batalhas?

Com elas nada quer ter ou saber, no entanto, contraditoriamente  aos meus sentires e pensares, com o mundo as tenho de viver...

 

*Não há o que se compare, mas continuamos jogando bombas sobre cidades e suas populações...