Espelho
Essa face no espelho, tão pálida,
tão fria e inexpressiva...
Não reconheço dessa minha vida
nem de outras, solitude plácida.
Esses olhos, no reflexo, tão latentes,
escondidos num inverno que criei...
Meu coração. Tão insensato, inconsequente
Se contenta com um retrato e não um eu.
Cecília, também não sei em que espelho
ficou perdida – a minha vida.
Se de fato algo eu fui, não percebi
Que foi vivida.