NOITE NA ALMA

Na noite fria da incerteza crua,

Meu coração trêmulo, tiritante

Não cessa siquer um só instante

De invejar a longínqua Lua

E pela rua deserta do Destino

Sigo sem rumo, pobre caminhante,

Num passo trôpego, fraco, exitante

Que leva a um létheo labirinto de morfino

Quando encontrares-me em tua vida,

Foge, como de um lázaro, e ofegante

Ficarás, ao sentir a alma oprimida,

E no labirinto, só, periclitante,

Não terás de mim, idéia resumida

Que aos olhos de outrem me levante...

Isabel Porto
Enviado por Isabel Porto em 12/01/2008
Reeditado em 02/05/2010
Código do texto: T814628
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.