NOITE NA ALMA
Na noite fria da incerteza crua,
Meu coração trêmulo, tiritante
Não cessa siquer um só instante
De invejar a longínqua Lua
E pela rua deserta do Destino
Sigo sem rumo, pobre caminhante,
Num passo trôpego, fraco, exitante
Que leva a um létheo labirinto de morfino
Quando encontrares-me em tua vida,
Foge, como de um lázaro, e ofegante
Ficarás, ao sentir a alma oprimida,
E no labirinto, só, periclitante,
Não terás de mim, idéia resumida
Que aos olhos de outrem me levante...