SOMBRAS DO VAZIO

Olhei para o céu sem estrelas,

Para o jardim sem cor.

Para o mar sem ondas,

Para a árvore sem vigor.

Pessoas, sombras sem essência,

Na criança, a fria ausência.

O trabalho, um labirinto confuso,

Cotidiano, um eco surdo e difuso.

Falam, mas o som não me alcança,

Abraçam, e o toque não me balança.

No espelho, um enigma velado,

O vazio, guardião de um segredo calado.

O mundo é um quadro desbotado,

Sem formas, parado.

Não há raiva, nem felicidade – só o vago,

Euforia perdida num silêncio opaco.

A esperança, uma chama fraca,

Perdida no vento que nunca ataca.

Cada passo, uma sombra errante,

Num deserto de sentimentos distantes.

Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 06/09/2024
Reeditado em 06/09/2024
Código do texto: T8145780
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