Seca
Não há mais florescer da primavera
O frio inverno envolve minh’alma
Contento-me com as migalhas do que era
Suportando o vazio que me exaura
Vou por vezes carregando minha lira
Ao breu de Hades pela doce melodia
A procura d’ aquela que me inspira
Para então retornar com a mão vazia
Atroz realidade que seca meu jardim
A macieira das Hespérides definha
Árduo é o colher deste dourado fruto
O fardo da existência pesa em mim
Cessando o nascer de alguma linha
Pois contra meus pensamentos é que luto