Crônicas de um Bardo

Meu violão não se afina mais,

Minhas cordas estão gastas,

As cordas que corriam nossos cavalos por de trás,

Hoje amarram os dias de minha angústia.

Meu odre, se enche de ouro,

Meu corpo de prazeres,

Mas o ouvir dos dizeres daqueles que,

Um dia estive, não ouço mais...

Eis que olho os demais que ficaram pelo caminho,

Antes feliz corria junto,

Agora sozinho, não suporto o assunto

Dos arrependimentos da minha mente

Jaz a crônica desse bardo,

Que em seu violão quebrado,

Concretiza o caminhar do fardo,

De ser o último carregador do árduo

Ato de permanecer sozinho.

Meu grupo xulo, antes enchuto agora nulo

Continuo o mesmo surdo, que convive Com aqueles que enchem meus bolsos de chumbo.

Felicidade, sentimento abstrato,

Que os poderosos são natos em disfarçar.

Mitigar essa falsidade me mostra a verdade sobre aqueles que comandam o povo e a cidade.

Mas aquilo que me motivava mudança,

Hoje eu, disfarçado, escrevendo digo que

Jaz a crônica desse bardo,

Que em seu violão quebrado,

Concretiza o caminhar do fardo,

De ser o último carregador do árduo

Ato de permanecer sozinho.