Juntar os cacos

Sua estática beleza

De boneca de vidro

Agradava meu olhar

Um ponto precioso

De pontual parte

Nunca perdida

Dos perfeitos dias

Não era do meu agrado, entretanto

Ver o que compunha seu tanto

Quebrar e perder encanto

Ser relegado a canto

Cobertura de chão manso

Destituído de visual canto

Deleite do hipocampo

Junto seus cacos

Pedaços cromados

Peças de macro

Personalidade

Em fragmentos molhados

Do seu lacrimejar disparado

Na ausência de seu valor

Inestimável

Colei cada vidro achado

Instaurei nova vida

Ao seu corpo restaurado

Me mantive ao seu lado

Para prevenir risco

De evento maligno

A ser evitado

Porém me pego em

Pensamento longe de ser

Calado

Sobre como seria se eu

Tivesse te impedido

De ter quebrado

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 19/08/2024
Código do texto: T8132324
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