Alma
Vez por outra, minha alma quer partir.
Ela chora um sorriso no meu rosto.
Ela chora uma dor que a domina.
Minha alma vem me falar história antiga.
Desistiu dessa vida algumas vezes.
Deus olhou e recolocou nos trilhos
minha vida que vagava em desespero.
Minha alma quer partir.
Noites vazias.
Minha alma chora lembranças.
Não quero tê-las.
Uma tristeza invade os meus sonhos.
Uma tristeza que mortifica minha vida.
São todas as palavras que sinto!
Minha alma quer escrever poesia.
Contar a estas linhas a dor que sente.
Abro uma janela.
Minha alma quer partir.
Tento detê-la.
Minha alma quer chorar.
Eu posso vê-la.
Ela canta uma música qualquer.
Devaneios de um cárcere mental.
Palavras presas.
Atirei as chaves fora.
Quero detê-la.
Quem sabe um dia
meus pesadelos sumam.
Sonhe com versos salvos do calabouço.
Quem sabe um dia,
minha alma volte
e ressurja nela um olhar de esperança.
Minha alma quer partir.
É tarde.
Talvez um dia.
Talvez um dia eu te conte de uma aurora e,
esqueça para sempre a melodia.
Tirarei estes versos das prisões.
Basta encontrar as chaves.
Minha alma me sorri
por que a entendo.
Não basta uma vida;
temos várias.
Minha alma veio.
Ela vai ficar para um café,
comer um bolo.
Recitará poesia nos saraus.
Será?
Não se preocupe.
Não sinto sentindo,
o que sinto escrevendo.
As palavras me salvaram novamente.
Minha alma é assim mesmo.
Ela flutua.
Uma hora é alegria radiante.
Segundo seguinte, a tristeza de uma era.