O VALE DO SILÊNCIO
Aqui nesse vale, de tanta calmaria,
que tenho por companheira a ventania,
e para passar o tempo, meu velho violão.
E onde sozinho estou a vários anos a morar,
e onde trouxe minha alma para descançar,
e onde vivo a tempos, como ermitão.
Nesse lugar, muito longe de uma cidade,
e que mora aqui, eu e minha saudade,
únicos moradores dessa terra do sem fim.
E aqui que o silêncio toda a vida impera,
onde nunca existiu a palavra espera,
onde a solidão, vive junto de mim.
E nesse vale, que o mundo esqueceu,
que num distante dia,comigo acolheu,
minha lembrança,como seu habitante.
Vale coberto por verdes capinzais,
ajudou esquecer, quem não vejo mais
aquele amor, que ficou tão distante.
Vale, que tantas vezes me ouviu chorar
um vale, de tantas noites de belo luar,
tanta saudade, de quando aqui cheguei.
Tristes tempos, da desilusão e da dor,
que para aqui vim, fugindo de um amor,
que era lindo, mas que não conquistei.
Foi aqui, que do mundo fiquei isolado,
desde aquela tarde, quando tinha chegado,
que vim a procura desse vale escondido.
Era esse silêncio que tanto procurava,
pois na desilusão que me encontrava,
precisei desse vale, nesse mundo perdido.
E agora vou sentir uma outra saudade daqui,
ao lembrar o tanto tempo que nele vivi,
serão tristes lembranças,que vou recordar.
Para a vida civilizada, muito logo voltarei,
e penso que nunca mais aqui retornarei,
consegui esquecer, quem queria me matar.
Vale, que um dia recebeu esse sofredor,
que em desespero, fugia de um amor,
e hoje vejo outro sentimento que chora.
Esse ermo,um lugar tão distante,
esta perdendo, o seu único habitante,
por que hoje, estou indo embora.