Dores do passado
Entre quatro paredes,
Deitado no meu quarto,
Fecho os olhos e recordo
O tempo em que eu ignorava
O que era viver.
As coisas iam se desenrolando
Enquanto eu permanecia sentado
Na cadeira de balanço do parque.
O tempo se fechou,
E observei os frutos murcharem,
As folhas caírem à minha frente,
Enquanto chorava desesperadamente
Por ver tudo se acabar.
Ainda no mesmo lugar,
Procuro no bolso
E encontro fotos borradas
De um passado que não retorna
E de um futuro desfeito.
Meu coração desacelerou,
Não consigo dizer adeus,
Pois minh'alma se contorce
Quando ouço essa palavra.
Às vezes sinto
Que meu espírito ficou
Ali mesmo,
Na cadeira de balanço,
Morto como as flores
Que um dia habitaram este lugar.