Dores do passado

Entre quatro paredes,

Deitado no meu quarto,

Fecho os olhos e recordo

O tempo em que eu ignorava

O que era viver.

As coisas iam se desenrolando

Enquanto eu permanecia sentado

Na cadeira de balanço do parque.

O tempo se fechou,

E observei os frutos murcharem,

As folhas caírem à minha frente,

Enquanto chorava desesperadamente

Por ver tudo se acabar.

Ainda no mesmo lugar,

Procuro no bolso

E encontro fotos borradas

De um passado que não retorna

E de um futuro desfeito.

Meu coração desacelerou,

Não consigo dizer adeus,

Pois minh'alma se contorce

Quando ouço essa palavra.

Às vezes sinto

Que meu espírito ficou

Ali mesmo,

Na cadeira de balanço,

Morto como as flores

Que um dia habitaram este lugar.

Felipe M do Carmo e Cassulo de Melo
Enviado por Felipe M do Carmo em 05/08/2024
Reeditado em 06/08/2024
Código do texto: T8122010
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