Onde morrem as flores

A cada esquina nas madrugadas

Morrem as flores, onde falta o mínimo.

Onde crianças choram de fome,

Com o brilho do olhar quase nulo.

Morrem as flores, nos locais comuns,

Onde não se pode ter as oportunidades.

Onde a vida bate forte dilacerando os sonhos

Entre as paredes de madeira, ou ao relento.

Morrem as flores, nas casas alagadas,

Onde o pouco que se conquista, se perde.

Vidas que são ceifadas pela lama.

E viram apenas números quaisquer.

Morrem as flores, nas fábricas.

Onde o produto vale mais que você,

Em que as vidas são controladas.

E até os homens mais fortes choram em silêncio.

Morrem as flores, nos hospitais,

Infelizmente não só as flores.

Os velhos, adultos, jovens e crianças.

Nos vastos corredores sem fim.

Morrem as flores, a cada segundo.

Em um disparo de uma arma.

Em uma batida de carro a 60km/h,

Uma última noite de sono, e nada mais.

Morrem as flores nas poesias.

Escritas para fugir da loucura.

O sangue escorre na caneta,

Palavras completam o vazio.

Morrem as flores;

Morrem as flores;

Morrem as flores;

Morrem as flores nos jardins mais belos.

Poeta do vinho
Enviado por Poeta do vinho em 27/07/2024
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