Uma fragrância existencial de mim mesmo

Sou a parte vazia da minha solidão

a insensatez crucial que abafa a dor

e faz derreter todo gelo mórbido desse coração.

Sou o momento esquecido dentre minhas ausências

meus ais existenciais, minhas desesperanças.

Creio que o nada se faz em tudo

e o silêncio arde dentro da alma

a esta alma deseja tanto ser eterna.

Sou parte inerte dos movimentos insalubres

que norteiam meus ideais e minhas tísicas tristezas.

Os espinhos furam e sangram minhas paixões

e cada rosa destila a sua arrogância aromatizada de tédio.

Sou a solidão carente dos poetas que fogem

de seus medos destilando a pureza egocêntrica da vida.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 22/07/2024
Código do texto: T8112427
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