Não é fácil viver assim

Sabendo que amanhã é sempre o próximo fim

Que todo dia é único

Que o tempo sempre leva tudo

Que as memórias vão se apagando

E que poucas sobrevivem

Que tudo é tão pouco controlável. Mesmo o que achamos ter algum controle

Mas que não tem outro jeito

E se somos tão necessários

Nós, os mais despertos

Em um mundo de sonhos e ilusões

Nós, os sofredores do tempo

Adoradores involuntários dessa dor que se sente no pulso

Que se conta com os anos e com as perdas