Lições Paralelas

Todos ouvimos em alto e bom tom,

Não se preocupe.

Mas um leão que ruge alto,

Faz jejum forçado.

Tente, antes de tudo, puxar uma cadeira

Sentar-se a beira e reconsiderar

Dar ouvidos sem dar de ombros:

É mais fácil consertar as rachaduras

Do que reconstruir-se

A partir

De escombros.

Nada que é dito é tão valioso,

Que precise ser exposto para metros adiante;

Nenhuma verdade é tão honesta

Que desvalide qualquer outra no mesmo instante.

E quando sentir-se maior,

De qualquer forma que seja,

Lembre que você mesmo odeia estátuas,

Figuras e lendas;

Pense nos líderes que você ignorou,

Nas divindades que renegou,

E busque o ponto comum

Entre estes

E você.

Entenda, de uma vez por todas

Que tardará o manifesto, de fato - pois este já está atrasado,

Mas que quando vier, não terá cartão de visita.

Será de noite, será de dia

Será no meio da tempestade;

Será por gritos mentirosos,

Ou por excesso de verdade;

Com quatro paredes que pouco sobram,

Senão a sobra de vaidade

Que escorrerá pelos olhos

Te lembrando o gosto

Da solidão.

Todos erramos. Nossa sina como humanos,

Eternamente em busca do prazer da existência.

Mas a repetência atrasa o progresso,

E um aluno que não progride;

Um adulto que se rebela e nos agride,

Talvez não mereça

A tão querida atenção.

Chances vem e vão,

Mas nunca tão honestas como a primeira,

Ou tão compreensivas como a segunda,

Com tanta calma quanto a terceira,

Ou tão neutras como a quarta,

Uma farta caixa de opções

Cuja tranca fica

Cada vez mais difícil

De abrir.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 15/07/2024
Reeditado em 15/07/2024
Código do texto: T8107212
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.