Lições Paralelas
Todos ouvimos em alto e bom tom,
Não se preocupe.
Mas um leão que ruge alto,
Faz jejum forçado.
Tente, antes de tudo, puxar uma cadeira
Sentar-se a beira e reconsiderar
Dar ouvidos sem dar de ombros:
É mais fácil consertar as rachaduras
Do que reconstruir-se
A partir
De escombros.
Nada que é dito é tão valioso,
Que precise ser exposto para metros adiante;
Nenhuma verdade é tão honesta
Que desvalide qualquer outra no mesmo instante.
E quando sentir-se maior,
De qualquer forma que seja,
Lembre que você mesmo odeia estátuas,
Figuras e lendas;
Pense nos líderes que você ignorou,
Nas divindades que renegou,
E busque o ponto comum
Entre estes
E você.
Entenda, de uma vez por todas
Que tardará o manifesto, de fato - pois este já está atrasado,
Mas que quando vier, não terá cartão de visita.
Será de noite, será de dia
Será no meio da tempestade;
Será por gritos mentirosos,
Ou por excesso de verdade;
Com quatro paredes que pouco sobram,
Senão a sobra de vaidade
Que escorrerá pelos olhos
Te lembrando o gosto
Da solidão.
Todos erramos. Nossa sina como humanos,
Eternamente em busca do prazer da existência.
Mas a repetência atrasa o progresso,
E um aluno que não progride;
Um adulto que se rebela e nos agride,
Talvez não mereça
A tão querida atenção.
Chances vem e vão,
Mas nunca tão honestas como a primeira,
Ou tão compreensivas como a segunda,
Com tanta calma quanto a terceira,
Ou tão neutras como a quarta,
Uma farta caixa de opções
Cuja tranca fica
Cada vez mais difícil
De abrir.