Ao Jovem Eu

A ti, jovem de semblante taciturno,

Que no ar lançou um lembrete fugaz,

Para que saibas, qual o motivo

Do dizer presente não ser mais.

Buscaste, lutaste, com afinco persististe,

Mas a resolução escapa à tua mão,

Por vezes, a tristeza em sangue verteste,

Ou o estômago em dores se contorceu então.

A ti recordo, nos momentos de desespero,

Onde a água salgada aos olhos jorrava,

E a doçura da esperança, pela boca entrava.

Perdoa-me as medidas desesperadas,

Prometi a ti mesmo, não ser o que sou,

Mas a relatividade do ser, e a cruel realidade,

Nos trouxeram a este inevitável lugar.

Este é um esforço para te trazer comigo,

Talvez descontente, caprichoso, irado,

Mas anseio por ti, e teus sonhos almejo,

Eles também residem aqui, ao meu lado.

Talvez não todos, nem do modo convencional,

Por vezes a banalidade se aproveita, traiçoeira,

Mas teus sonhos, de alguma forma, estão aqui.

Não te apegues aos meios, jovem menino,

A vida transformou-se, e em sua marcha avança,

Mas estou aqui, contigo, sempre acolhedor,

Na dança da minha vida, é você o coautor.

hewie
Enviado por hewie em 13/07/2024
Reeditado em 14/07/2024
Código do texto: T8106221
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