MUNDO DE AREIA

 

Por mais que a vida me persegue,

continuo sendo, solitário tuaregue,

trago comigo, uma sorte tirana.

Alegria, nunca andou por perto,

sou e serei, caminheiro do deserto,

não escondo, sou da raça cigana.

 

Sou proibido, de ter uma moradia,

mas sou livre, posso gostar de poesia,

e nelas, eu moro numa choupana.

Trago na mente uma lembrança,

que e dos meus tempos de criança,

e nesse caminho não tem savana.

 

Preso, nas grades dessa cadeia,

não tenho rio, o meu mundo e de areia,

a saudade? E de uma cabocla serrana.

Andando, sobre um sol escaldante,

sou e serei, um eterno viajante,

um poeta, que a natureza engana.

 

 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/07/2024
Reeditado em 11/07/2024
Código do texto: T8101473
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