OS SINOS DA AVE MARIA
Já sei que serei um homem solitário,
sem a companhia do meu canário,
sem mais ouvir um pássaro cantar.
Deixarei aqui o meu estimado corcel,
despedirei tambem das estrelas do céu,
quando, essa minha bela serra deixar.
Já sinto a dor que arde
por deixar esses campos.
Me espera uma triste tarde,
sem despedir dos pirilampos.
Sei que vou sofrer no final do dia,
já sei que minha vida ficará tão vazia
mas tenho que enfrentar esse estrago.
Triste, caminharei por desertos caminhos,
sem ouvir meus amigos passarinhos,
quando pescando, no silencioso lago.
Sentirei saudades de um pio,
e sonharei com a vazante.
Tristeza, por deixar esse rio,
que dele ficarei tão distante
Não verei mais a montanha erguida,
nem as baladas do sino da ermida,
tambem a algazarra dos lenhadores.
Sei, tristes dias me esperam, a solidão
uma barreira, que enfrentará o coração,
por não poder mais, namorar as flores.
E visivel as lágrimas no rosto,
ouvindo os sinos da Ave Maria,
sairei para a viagem do desgosto,
terminando, a chorosa poesia.