PRANTO INTERIOR



Ah, tempo
em que a vida tinha outra
pousada.
Tinha à frente um átrio
onde os pássaros cantavam
sem ser humilhados.

Havia sincero amor apenas
o que valia o mundo à pena
e o olhar só amava, transfigurado.
Havia encantamento,
alimento pra alma
puras verdades do ser interior
sem que precisassem meus olhos
encherem-se de águas
como hoje, nessa noite escura,
na dor.

Ah, saudade do meu coração criança
que carregava nos braços
bouques de rosas brancas
para enfeitar-te diariamente
e para adornar o teu chão.

Hoje não sei mais onde vivo,
tudo é solidão, sonho indeciso,
luares que na imensidão
escurecem tudo por onde piso
por não ter conseguido
mesmo com a estrela do amor 
do meu sorriso
decifrar teu coração.


Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 08/01/2008
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T809046
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