LAMENTO

Triste, lamento!

Lamento a dor da árvore que chora.

Saudades de outrora e de não poder gritar.

Floresta encantada, que em seu seio,

Mesmo agredida, abriga a vida.

Sofre calada, machucada, derrubada,

E não revida.

Triste, lamento!

Lamento a dor do rio, que triste, faz correnteza.

Não tem a mesma pureza, tão pouco a mesma beleza.

Mas vive a matar a sede, apesar da impureza.

Caudaloso segue o seu penar.

Em suas margens o verde acabou,

Mata ciliar, não há.

Triste, lamento!

Lamento a dor do pássaro que preso vive na gaiola.

De tristeza e dor, só lhe resta cantar.

Quem seu canto houve e vive a admirar,

Não sabe a dor que seu peito assola.

Ter asas e não poder voar,

É uma dor que não se consola.

Milton Bezerra da Silva

20/11/21

Milton Bezerra
Enviado por Milton Bezerra em 19/06/2024
Código do texto: T8089522
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